Maior empresa de açúcar e etanol do mundo, a Raízen definitivamente não vai guardar boas lembranças de seu último ano-safra. Rubens Ometto, controlador da Raízen, percebeu a água subindo e promoveu uma verdadeira dança das cadeiras ainda no ano passado. Saiu Ricardo Mussa e Nelson Gomes virou o CEO em novembro e um enxugamento da empresa está em curso desde então.
Na divulgação dos resultados do terceiro trimestre, em fevereiro, a Raízen já havia delimitado o seu core business, ou seja, no que ela vai focar: produção de açúcar e etanol e a distribuição de combustíveis na Argentina.
Agora, na apresentação do seu balanço do último trimestre nesta terça-feira (13), a companhia deixa mais explícito o que está fora de seu core: lojas de conveniência e proximidade, produtos e serviços financeiros e operações portuárias. Em uma tradução livre do “corporativês”, a Raízen colocou discretamente uma placa de “vende-se”.
Nesse balaio de ativos “não relacionados ao core business”, estão a participação da Raízen no Grupo Nós (dono do Oxxo), operações de geração distribuída, serviços financeiros (com o Shell Box) e participações fora do eixo Brasil-Argentina, como operações portuárias.
Neste semana, a companhia iniciou seu “saldão” com a venda de uma usina no interior de São Paulo por R$ 425 milhões. Também não é segredo que a participação no Oxxo está à venda, bem como a unidade de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) e usinas solares.
Na temporada 2024/25, a empresa teve prejuízo de R$ 4,2 bilhões, revertendo um lucro de R$ 614,2 milhões no comparativo com o ciclo anterior. A dívida líquida disparou 78,9%, chegando a R$ 34,3 bilhões, com a alavancagem em 3,2 vezes o lucro operacional (Ebitda), avanço de 1,9 ponto.
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