16 de maio de 2025

Guiana denuncia ataques contra militares em Essequ…

Soldados guianenses foram atacados três vezes nas últimas 24 horas na fronteira com a Venezuela, anunciou a Força de Defesa da Guiana (GDF) nesta quinta-feira, 15. Homens armados abriram fogo contra tropas que patrulhavam as proximidades do Rio Cuyuní, localizado em Essequibo, região rica em petróleo, gás, ouro e diamantes disputada por ambos os países e onde o regime de Nicolás Maduro planeja eleger autoridades regionais e parlamentares em uma eleição na próxima semana. 

“Em cada ocasião, a Força de Defesa da Guiana executou uma resposta ponderada, e nenhum militar ficou ferido”, afirmou um comunicado divulgado nesta quinta. A GDF prometeu que “continuará a responder aos atos de agressão ao longo da fronteira entre Guiana e Venezuela”.

O ataque ocorre poucos dias antes das eleições para governador em Essequibo, convocadas por Maduro para 25 de maio, embora a Guiana tenha acionado a Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais alto tribunal das Nações Unidas, para que “ordene à Venezuela que se abstenha de qualquer ato dentro de seu território soberano”. O comunicado também destacou que considera o plano de realizar um pleito no território disputado “uma violação flagrante”.

A região conturbada, de 160 mil km², compõe 74% do território da Guiana, país que administra a área desde 1996, ano em que declarou independência do Reino Unido. A Venezuela contrapõe que o local foi retirado de seu domínio pela arbitrária Sentença de Paris, de 1899. Estima-se que, por lá, existam reservas de 11 bilhões de barris. A maior parte estaria offshore, ou seja, no mar. Por causa das reservas fósseis, a Guiana tornou-se o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

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Anexação de Maduro

Maduro anexou a região como “Guiana Essequiba” ao mapa da Venezuela após promulgar a chamada Lei Orgânica para a Defesa de Essequibo, que conta com 39 artigos. Em 2023, o líder venezuelano realizou um referendo para tratar do tema, e 95% dos eleitores do país foram a favor da incorporação da região, numa votação que a comunidade global qualificou de ilegítima e que atraiu uma parcela baixíssima da população às urnas.

O artigo 25 impede que apoiadores do governo da Guiana ocupem cargos públicos ou disputem cargos eletivos. A lei também proíbe que seja divulgado um mapa da Venezuela sem a inclusão de Essequibo. Na época, Maduro afirmou que a nova legislação será cumprida ao “pé da letra” e que “o tempo da dominação colonial, o tempo da subordinação na Venezuela acabou para sempre”.

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