Governo Trump avalia reality show em que imigrante…

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia a criação de um reality show em que imigrantes competiriam entre si para conseguirem direito à cidadania americana. Batizado de The American, o programa foi idealizado por um produtor de TV canadense e está sendo avaliado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS). A proposta, confirmada pela própria pasta ao jornal americano The Washington Post nesta sexta-feira, 16, ainda não foi aprovada nem rejeitada pela equipe responsável, mas já desperta polêmicas.

A ideia é transformar o processo de cidadania em uma espécie de gincana. De acordo com um documento de apresentação obtido pelo Daily Mail, os participantes chegariam à Ilha Ellis — ponto simbólico de entrada de imigrantes no país — e cruzariam os EUA em um trem com o nome do programa, enfrentando provas consideradas representativas da cultura americana: garimpar ouro em San Francisco, montar um carro Ford em Detroit ou cortar madeira em Wisconsin. A cada episódio, haveria desafios, votações e eliminações. O prêmio, sendo ele um passaporte americano, orseria entregue em uma cerimônia nos degraus do Capitólio, em Washington.

A produção considera nomes como Sofia Vergara, Ryan Reynolds e Mila Kunis — todos imigrantes naturalizados — como possíveis apresentadores.

“Não é uma versão de Jogos Vorazes para imigrantes”, disse Rob Worsoff, roteirista por trás do projeto, ao Wall Street Journal, referindo-se à distopia em que adolescentes lutam até a morte. “Não é como se você fosse mandado de volta de barco caso perdesse.” Ainda assim, críticos apontam o risco de banalização do processo de cidadania e da transformação de uma etapa burocrática, que envolve anos de espera e comprovação de residência legal, em entretenimento de massa.

Segundo o criador, a ideia já foi apresentada a administrações anteriores, como as de Barack Obama e Joe Biden, mas não avançou. Agora, sob uma gestão que aposta em medidas duras contra a imigração irregular, a proposta voltou ao radar. Ele disse que teve três conversas com o atual DHS sobre sua proposta “e elas foram longe”, mas afirmou que a secretária da pasta, Kristi Noem, não esteve envolvida em nenhuma das discussões.